Os Sofrimentos do Jovem Werther (Goethe)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O amor é...

O amor é tão delicado que até as mais doces palavras se tornam pequenas e insignificantes para transmitirem aquilo que um coração transtornado, e aflito, guarda ansiosamente em si.
O amor é saudade.
O amor é tortura.
É o gelo de uma boca que queima pela ausência de outra.
É a valsa que espera por esvoaçar numa ampla sala.
É o nó de uma garganta que não deixa dizer o que sente, porque não pode.
É saudade. É tempo corrido ao contrário, feito de sorrisos desfeitos, tão longe e tão perto.
O amor é tudo e é nada.
Um dia, angústia.
Um dia, asfixia.
Um somatório de dias cansados.
Um beijo.

Bastou isto para o jovem Werther. Um beijo, uma certeza.
De tudo e nada, de tantas palavras possíveis, o amor caminha de mãos dadas com a certeza.
Basta uma certeza.
Todas as tormentas, todo o resto que acompanha essa sua sinfonia, tantas vezes de dor, não importa... basta uma certeza.

"...Por alguns segundos, Lotte pressentiu o terrível desígnio que Werther concebera. Ficou transtornada. Apertou-lhe as mãos, e ele premiu as dela contra o peito. Em dado momento, inclinou-se sobre Werther, com uma emoção dolorosa, e as faces ardentes de ambos tocaram-se. O mundo inteiro deixou de existir. Werther enlaçou-a com os braços, apertou-a contra o coração e cobriu de beijos furiosos os seus lábios trémulos e balbuciantes."

Para sempre.


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