A querida Ângela presenteou-me com esta bela imagem.
Caso para dizer: palavras para quê?
"A multidão não está dividida por sexos. A multidão tem uma só mente e essa mente é enlevada e seduzida por ideias. Aqui está uma coisa feita por uma mulher. Tresanda a sexo. Sinto-lhe o cheiro. Todo o trabalho intelectual e artístico, incluindo as piadas, ironias e sátiras, tem mais sucesso na mente da multidão, quando a multidão sabe que, algures por detrás da grande obra, ou do grande embuste, se encontra uma pila e um par de tomates (sem cheiro, claro). A pilinha e os tomatinhos não precisam de ser reais. Não, não, a simples ideia de que existem é suficiente para incitar a multidão a valorizar mais a obra. Assim sendo, recorro à coquilha mental. Viva Aristófanes! Viva a verga ficcional, a varinha mágica que abre os olhos para mundos nunca antes vistos." (p.334)
"(...) Este romance relembrar-nos-á porque somos amantes dos livros e porque é agradável ler alguns finais felizes."
Library Journal
"Por que é que andas sempre de cabeça baixa? A Elsie Feingild disse-me isto ao telefone. Eu não sabia que andava de cabeça baixa. Por que é que estás sempre a pedir desculpa? Desculpa isto, desculpa aquilo. Por que é que fazes isso? É tão irritante. És tão irritante. É por isso que os outros miúdos não gostam de ti, Harriet. Se te digo isto é porque sou tua amiga." p.188
"E assim é com a maioria das coisas do dia-a-dia... como ganhamos a vida, se amamos ou não a nossa mulher, se temos ou não «casos». Todos estes assuntos dizem somente respeito à própria pessoa e, tal como as idas à casa de banho, não interesse para mais ninguém." (p.48)
"O seu atormentado cérebro de mulher moderna não tinha ainda descanso. Seria real? E ela sabia, se se entregasse ao homem, seria real. Mas se permanecesse fechada em si mesma nada seria. Estava velha, velha de milhões de anos, era o que sentia. E, finalmente, já não conseguia suportar o fardo de si mesma. Precisava de se render ao assalto. De se render ao assalto." (p.146)
"Portanto, agora adoro a castidade, porque é a paz que sobrevém à f..." Agora adoro ser casto. Adoro-a como as campainhas brancas adoram a neve. Adoro esta castidade, que é a pausa da nossa f..., está entre nós como a flor de um fogo muito branco e cindido. E quando chegar a verdadeira Primavera, quando chegar o momento do reencontro, podemos f... a pequena chama brilhante e amarela, brilhante. Mas não agora, ainda não! Agora é o tempo de ser casto, é tão bom ser casto, um rio de água fria na minha alma. Adoro a castidade agora que ela flui entre nós." (p.363)