A Trégua (Mario Benedetti)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Acreditamos na existência de uma corda.
Há uma corda onde nos prendemos, como as molas prendem as roupas molhadas.
Há cordas, nos nossos pensamentos. Há linhas, directrizes certas, que devemos seguir. Há aniversários contados pelos dedos, para não perder a conta, há um fio condutor que nos levará ao ócio, desejado ócio de fim de idade.
Andamos perdidos nessa corda que nos vai conduzindo, acreditando na força dos dias e na fé de que é assim porque Deus quer. Mais um dia, mais uma semana, mais um mês rasgado do calendário.
O espelho vai denunciando rugas que os dias desenham à pressa, vamos caminhando agarrados nessa corda, agora mais pesados, não só pelas rugas, mas parece-nos que a ampla visão de outrora, começa a mingar...como a Lua.
Os nossos pensamentos são feitos da mais pura Matemática. São somas de dias e subtracções de felicidades, recordações, sonhos agora inatingíveis.
A surpresa faz-nos estremecer quando a Matemática explode em números impossíveis, a corda se desfaz num momento totalmente inesperado e afinal, ficamos presos aos dias que seriam, pela suposta ordem, de outro alguém. Um outro alguém que ainda agora agarrara a sua corda.
A vida é sempre uma surpresa, nem sempre doce. A surpresa reside no facto de esquecermos sempre esse pequeno pormenor...



Sobre o livro: Este é um livro centrado num homem viúvo quase a alcançar a idade da reforma. Centrado na sua vida pacata, e na sua relação pouco próxima com os seus três filhos, deseja o ócio da reforma. Contudo, a chegada de uma jovem estagiária ao escritório fará suscitar uma série de sentimentos, crenças e projecções até então perdidas na gaveta do tempo. Um bom livro. Recomendo.

Dedicado aos que temem sonhar. Sonhem muito. Façam algo, agora.

Ao som de: Maybe Tomorrow (Stereophonics)

1 comentário:

chuva disse...

hey, miga! também tenho aqui esse livro para ler. Esse e o outro que vinha no "pack" ;) can´t wait! beijinhos**

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