Este livro acabou por ser uma surpresa, duas vezes. Primeiro, tinha grandes expectativas sobre ele que se foram perdendo à medida que o ia lendo. Segundo, fui ganhando uma nova perspectiva sobre ele, que não deixou de me surpreender. Daí, as duas surpresas.
Esta é a história de Gabriel, um adolescente de 15 anos, envolvido na loucura dos pais acabados de se separar. Nessa sequência, também ele acaba por se perder nos meandros estranhos que só a loucura conhece e vicia, a pouco e pouco.
Dom. Teremos, de facto, um?
O Gabriel acreditou e nessa estrada ruim em que pais voltam a viver uma adolescência conturbada, ele perdeu-se num sonho e numa procura desenfreada de algo bom. Perdeu-se no poder tão reparador que só a imaginação e o poder de sonhar pode dar às horas mais desesperadas.
O fim da história, esse, depende da crença. Depende da força do sonho. E do nosso dom. Seja lá ele qual for.
Por muito que o livro me tenha iludido, acabei por gostar.
www.wook.pt: "O Dom de Gabriel" recria Londres na sua contemporaneidade através do olhar adolescente de Gabriel, filho de um músico rock decadente (que "observava o mundo através do fundo de um copo de cerveja") e de uma ex-groupie a trabalhar num bar. Os pais separaram-se e Gabriel vê-se um tanto confuso e perdido, como quase todos os seus amigos, a quem chamam filhos pinguepongue, divididos entre duas casas, mimados alternadamente, com meios irmãos e novos "pais" e "mães". No meio de tudo isto, Gabriel tem um dom, um talento, mas não sabe qual é e tenta descobri-lo ao longo do livro.
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