Efeitos Secundários (Augusten Burroughs)

domingo, 5 de janeiro de 2014

 
Ao ler Augusten Burroughs há sempre a certeza de encontrar boas doses de loucura e comédia. Com «Efeitos Secundários» não há desapontamentos e essas doses de loucura estão, decididamente, bem marcadas em todo o livro.
 
 
Frases como:
 
"Dá graças a Deus por não teres uma vagina - disse-me uma amiga que tinha uma vagina. - Tens de ter um médico especial. Tens de fazer aqueles exames especiais em que, basicamente, despes a roupa e depois a dignidade. E podes apanhar cancro nas várias coisas que tens lá em baixo e que depois têm de ser arrancadas. Ouve o que eu digo: ter uma vagina é como ter um animal de estimação. É como um cão que está sempre a ladrar atrás dos carros."
 
 
Ou:
 
 
"A minha Casa era onde tudo o que me rodeava não me interessava minimamente. Onde não existia um trabalho cansativo na agência de publicidade à minha espera de manhã e onde não teria de explicar que cheiro era aquele meu hálito. A mina Casa era uma zona segura e confortável onde tudo era possível. Onde os destroços à minha volta deixavam de ser lixo e passam a ser um isolante."
 
 
...demonstram a resiliência do autor que após uma infância e adolescência conturbada, seguida de uma fase adulta na companhia de drogas e álcool como o resultado fiel dessa jornada de esses e erres, apurou o sentido de humor na sua própria direcção.
Não é para todos.
Mas é possível a todos os leitores apreciarem a riqueza das suas (loucas) aventuras, que com os seus livros de crónicas e memórias, acabou por ser distinguido como "um dos escritores de maior destaque no panorama literário norte-americano".
 
 
Boas leituras!
 
 


2 comentários:

chuva disse...

Curioso!

Denise disse...

Muito mesmo, miga :)

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